A ti, q eu tanto tento esquecer mas acabo sempre por recordar.

Sabes do que eu sinto mesmo saudades? De nós, do que fomos e do que nos conseguiram tirar das mãos. Sinto saudades de te escrever papelinhos e colá-los na tua porta, de guardar todos os bilhetes de comboio sempre que íamos a qualquer lado, de cozinhar contigo mesmo quando os ovos estrelados saíam ovos escalfados. Acho que nem preciso de falar de Vila Praia de Âncora, visto que foram os melhores dias da minha vida. Tenho realmente saudades de quando dedicava um sentido único e puro a tudo o que fazíamos juntos. Tenho ainda mais saudades de ir dormir a tua casa e de beber iogurtes a meio da noite. De quando dormíamos juntos e era a melhor sensação do mundo, de todos os lanches em minha casa, de ficar amuada por tudo e por nada e no segundo a seguir já estava tudo bem e de sermos considerados “o melhor casalinho” por toda a gente. Eu sei, eu sei que nunca ninguém vai conseguir tirar-te da memória o que nós fomos e o que vamos sempre continuar a ser mas sabes, sinceramente já não sei o que sinto. Sofri um grande desgosto – e estou certa que tu melhor que ninguém encares a culpa como só tua – com tudo o que me envolveu, com toda a areia atirada para os olhos, como costumam dizer. Essa dor ainda está bem contida no meu peito por te terem conseguido roubar de mim, mas tenho-te a dizer que com o tempo, que não foi muito, tornou-se quase suportável com a racionalidade que a espera ensinou a dar-lhe. E é por isso que o meu coração já não chama por ti como antes. O teu nome já não está escrito nas paredes com a mesma intensidade de antes. E é também por isso que já não choro com a mesma intensidade de algumas noites passadas, embora por vezes ainda tenha necessidade por te ter perdido para os braços de outra pessoa que não os meus. Por ter perdido um amor como o teu, que no tempo e na altura certa me soube preencher a vida de uma maneira gratificante e extraordinária. E também é por isso que já consigo mudar de música quando a que toca me faz lembrar de mim e de ti, a fazer cambalhotas em cima da tua cama. “Eu te quero só pra mim, como as ondas são do mar”. Embora tenha existido um pedido de desculpas, uma explicação, embora que relativa, eu acho que ainda não te consegui perdoar. Digo-te isto porque embora o teu nome em mim já não tenha tanta influência como há um tempo atrás, é e será sempre uma grande referência, se não a maior, de toda a minha vida. Não apenas pela invulgaridade, mas também por me teres marcado o caminho como nunca mais ninguém o conseguirá fazer, pelo menos desta forma. E isso sabes tão bem quanto eu que também fui capaz de deixar as marcas necessárias na tua vida, para que tu daqui a muitos anos, te consigas lembrar de mim com um sorriso, tal como eu farei contigo. Haverá uma parte minha que conseguirá sempre olhar por cima de tudo o que se passou de mal entre nós, e ver-te com os bons olhos iniciais que te via em tempos anteriores. Um rapaz sensível, sincero e sobretudo verdadeiro. Que agora vejo, se tornou o oposto da verdade. O pedaço do meu coração que ainda estava aberto para ti, fechou com a certeza que nunca mais poderás cá entrar mas não te guardo rancor, e desejo-te o melhor que conseguires juntar deste mundo e do próximo mas já sabes meu amor, acabou a espera.

(doutra coisa podes ter ainda mais a certeza: o meu menu no mcdonalds, vai ser sempre o McBrasa)

3 comentários:

  1. A ti, q eu tanto tento esquecer mas acabo sempre por recordar.
    A mim que deves tudo, para tentar não recordar.
    Amo-te baby, para sempre.
    Este foi o melhor texto que já li em toda a minha vida, nao tens noção, e eu que também já senti isto...
    amo-te

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. O que é teu às tuas mãos vem (sempre) parar, fofinha.

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