"Sabem quando a nossa cabeça (coração?) faz curto-circuito, uma espécie de interruptor se desliga e por algum motivo, mesmo que insignificante mas que constituiu a última gota de água, nós dizemos "já chega"? Aquele momento em que os fusíveis se queimam, em que nos apercebemos da situação, em que algo nos atinge e faz querer distância? Que nos faz gritar "caga nele", que nos faz pegar no telemóvel e apagar tooodas as sms's dele, desde as mais queridas às mais idiotas ("ok" ou "até já" mas que ainda assim nunca quisemos apagar, como se fosse dar azar ou qualquer coisa do género), que nos faz querer distância e rezar a todos os santinhos para que a empresa o mande para o Uzbesquistão durante 3 anos, sem qualquer acesso a internet, telefones e correio? Que nos faz ter que respirar fundo quando eles nos mandam aquelas mensagens só para marcarem presença na nossa vida não vamos nós esquecê-los e arranjar outro, qual cão a marcar território, e que, nessas alturas, nos faz pensar "tenho que ser muito zen, tenho que ser muito zen, inspira, expira" para respondermos cordialmente quando a vontade é gritar-lhe "vai para a p*** que te pariu e deixa-me em paz"? Adoro esses momentos. Não adoro ter que os ter, mas quando é preciso, é uma alegria quando chegam. Porque antes disso eu até me posso forçar, até posso fingir que tomo resoluções, até posso dizer nunca mais e tuditudo mas eu no fundo sei que não adianta nada. Enquanto não tiver um momento curto-circuito o caldo continua entornado. Mas depois que o fusível se queima, aí meus amigos é limpar o fogão e fazer outro caldo. Porque não há mesmo volta a dar.”
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