"Eu costumava passar horas a fio a pensar em ti, e a alimentar esperanças vãs. Costumava gostar de estar parada a ver-te em cada compartimento da minha casa, e dizer de parede em parede como gostava de ti. Mas tu, foste desaparecendo, já não tens forma, e as coisas que eu gostava de fazer durante tempos sem fim, deixaram de ser prioritárias. Eu pensava que tu não ias embora, nunca mais, pensei que nunca mais seria a mesma, levaste um bocado de mim e nunca mais o devolves-te até quando eu pedi que o guardasses com carinho. Mas agora, eu já não te culpo por um fim, mas culpo-te por não quereres alterar o rumo das coisas, e disso sabes bem que tens culpa. E, mesmo assim eu continuo sem ressentimento, porque eu já não costumo pensar em ti a toda a hora, já deixaste de ser um hábito total, já não voltas e eu já não penso no "como seria, se...", penso só "no que foi porque...". E foi bom, como foi bom, mas nada dura para sempre, a não ser que guardes as memorias com um carinho especial que te permita lembrares-te de vez em quando em segredo de nós."
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